- INCOMPETENTES!
-Senhor.
- Vocês só precisavam monitorar ela e chegar naqueles putos e pegá-losantes daquela vadia.
- Ela foi mais rápida, não foi possível ver a movimentação da equipe dela. Fora que nós estávamos trabalhando com um planejamento de ação que foi adiantado.
- E ISSO POR ACASO É UMA DESCULPA?
- Não doutor! É UM FATO! Não é possível fazer uma extração de tantos ativos preciosos simultaneamente se simplesmente todas as janelas de ação e planos têm que ser readequados de uma semana para dois dias, a operação de hoje estava fadada a ser um completo fracasso, mas o senhor não quis me escutar.
O homem bufou contrariado.
-Vocês tinham uma lista de pessoas e o único alvo atingido era justamente um dos que não estava nessa lista.
- Precisávamos de uma motivação para reuni-los em um ambiente que eles estivessem vulneráveis,
- E mesmo assim a D’Angelus conseguiu ser mais esperta que vocês?
- Desconfio que alguém vazou a operação. – Disse um homem alto, com cabelos com longos dreads e um porte atlético. Que acabara de entrar na bela sala em estilo clássico e repleta de moveis e objetos de alto padrão. Todos na sala pararam de respirar por um instante.
- Júlio, como você me monta uma equipe para uma missão dessas e me diz algo desse tipo?
- Ora! Sabendo que o vazamento com certeza não foi causado por nenhum dos meus homens, como disse o Jonas, não se pode adiantar uma operação dessas sem correr o risco enorme de algo dar errado, mesmo quando tudo está de acordo com o planejado existe um risco inerente a lidar com lideranças de grupos combatentes, ainda mais quando existem forças concorrentes disputando.
-Eu preciso dessa situação solucionada.
- O jeito mais simples seria neutralizar a D’Angelus.
- EU NÃO POSSO AUTORIZAR QUE VOCÊS ENCOSTEM NELA, AQUELA PUTA TEM COSTAS QUENTES! FAZER ALGO CONTRA ELA É TOCAR AS TROMBETAS DO APOCALIPSE E TODA A OPERAÇÃO QUE TENHO NA CIDADE VAI POR ÁGUA ABAIXO.
O homem se aproximou de um bar e preparou uma dose de whiskey e encarou a equipe que se encontravam atrás de Júlio, todos homens e mulheres com vasto treinamento tático e militar e muita experiência, internamente ele pensava como era possível que aquela equipe pudesse ser ludibriada por uma piveta com uma equipe de 5 pessoas.
-Existe algum jeito de converter ao menos uma parte desse dia de merda em algo positivo
- Sim, estamos monitorando dois alvos de extração que não foram capturados pela GOE-TG.
O homem sorveu a bebida.
- Ótimo, eu quero eles.
- Fábio?
- Fala Fer.
- Para onde diabos você está me levando?
Fazia horas que os dois rapazes andavam a pela cidade após a compra de dois aparelhos e chips novos.
- Fazia tempo que eu não passeava.
- É isso que estamos fazendo? Só passeando?
-É tudo que eu quero fazer nesse momento.
- Cara, o Tomas está no hospital sabe-se lá como, sua irmã tava no mesmo lugar que o Cristiano e o Daniel, eu não consegui falar nenhuma vez com o Kay ou a Valéria, o Pedro o André e a Ana falaram que receberam ordens expressas do Cristiano de não colocarem o nariz para fora de casa.
- E o que tem isso? – Perguntou Fábio, virando para o amigo
- O que tem isso? Cê escutou alguma palavra do que eu disse?
- Vai por mim, o Tom vai sair dessa, ele é muito forte, acho que só uma explosão nuclear mata aquele moleque.
- Cara, o que diabos você tem? – Questionou Fernando tentando digerir aquela resposta. - E quanto aos outros? eles são seus amigos também! Você não está nenhum pouco preocupado com essa situação?
Fábio seguiu caminhando ignorando a pergunta quando é parado com agressividade por Fernando que o pega pelo ombro e o joga contra a parede.
- CÊ TÁ ME ESCUTANDO CARALHO?
- Estou.
- E por que você está agindo assim?
- Porque tudo faz parte do plano.
Nesse momento Fábio vê a movimentação de três pessoas se aproximando por trás de Fernando e o joga para dentro de uma loja.
- MAS QUE PORRA? – Gritou Fernando enquanto caia sobre uma arara de roupas causando um alvoroço na loja de artigos femininos.
- Tapa o nariz e fecha os olhos!
- Que?
Fábio tira um cilindro prateado de dentro da jaqueta e jogou em direção aos três indivíduos ao mesmo tempo que sacava uma arma.
- PUTAQUEPARIU! Gritou Fernando pouco antes de fechar os olhos e tapar os ouvidos enquanto segurava o ar.
Fábio deu um único disparo que foi seguida de uma explosão que espalhou uma quantidade de fumaça enorme na área que invadiu a loja e tomou parte da rua, as pessoas ao redor começaram gritar e a tossir, outras a reclamar de queimação nos olhos.
Mais dois disparos foram escutados seguidos de mais gritos.
- VEM COMIGO! Falou uma voz ao ouvido de Fernando.
Mais disparos eram ouvidos, desta vez não eram da arma de Fábio, eram disparos em rajada. Mais duas explosões ocorreram.
- Quem é você?
- Eu sou seu anjo da guarda, agora vem comigo, o Fábio encontra contigo depois, veste isso.
Fernando sentiu algo sendo atado ao seu rosto.
- O que é isso?
- Uma máscara de gás! Já pode abrir o olho.
- Ao abrir os olhos ele viu um rosto que não esperava.
-Doug...Clayton?
- Saudades de mim?
- Vo-você está morto.
- Sim e por isso agora eu sou seu anjo da guarda, agora vem comigo senão é tu que vai ver a porta do paraíso.
O rapaz puxou o jovem negro e alto do chão e juntos atravessaram a loja de departamentos para sair em outra rua que também estava coberta de fumaça e com as pessoas tateando tentando enxergar alguma coisa, alguns carros encontravam-se batidos, um caos generalizado...
- Aquela bomba do Fábio fez tudo isso?
- Claro que não! Eu joguei umas trinta só nessa área e dentro da loja, ele só tinha três. – Disse o jovem acionando o controle remoto de um alarme de carro - Entra no carro.
Fernando saltou para dentro do carro, um Tesla modelo S.
- A gente vai deixar o Fábio?
- Ele sabe se virar! Agora tira a máscara e finge que está tossindo para não chamar a atenção de ninguém.
- Mas!
-Eu o conheço a mais tempo que você, faz o que eu tô pedindo!
Fernando passou a fingir que estava tentando limpar os olhos e tossindo enquanto Claytondava partida no veículo elétrico que saiu sem emitir qualquer som em meio à fumaça espessa.
- Então Carol, esses são meus amigos que eu queria te apresentar, Douglas, Clayton Artur e André.
- Oi, prazer Caroline Torres Caron.
- Uia, o prazer é nosso! Que belo upgrade.
Disse André um jovem franzino e cheio de espinhas
- Sai aquele monstrengo do Fábio e entra uma bela dama.
Carol ao ouvir isso ficou constrangida e corou, por dentro ela sentia um misto de constrangimento e repulsa por uma abordagem daquelas.
- Para de ser mala André, tá deixando a moça vermelha.
- Não enche Artur, não posso nem elogiar mais?
- Não quando a gente sabe que tu é um Zé punheta de marca maior. – Respondeu Clayton.
A jovem corou mais ainda.
- Zé punheta é o Daniel, não eu! ele que tem um monte de hentai e pornô na mochila.
Os olhos de Carol esbugalharam, a jovem imediatamente olhou para Daniel meio que chocada, ele vendo isso sinalizou desesperadamente que não.
- Para de mentir que é feio Daniel! olha se algum dia ele te convidar para jogar videogame só vocês dois corre que é golpe! - Gritou Douglas ao ver o amigo gesticulando desesperadamente e tentando disfarçar.
- Nem vem Douglas, sua irmã foi lá em casa jogar outro dia...
- E agora ela está esperando um filho seu!
- Filho só se for do espírito santo, TENHO NADA A VER COM ISSO!!! Gritou Daniel totalmente vermelho!
A cada frase Carol ficava ainda mais chocada e apavorada com aquele grupo, por algum motivo ela se sentia sufocada naquele ambiente, quando de repente algo chamou a atenção.
- Espera! vocês são gêmeos? Perguntou a jovem olhando para Clayton e Douglas,
- Somos! - respondeu Douglas. -Achei que estava LITERALMENTE na cara.
Os dois rapazes possuíam basicamente o mesmo rosto, porém os cortes de cabelo e roupas eram totalmente diferentes, mesmo estando uniformizados. Douglas possuía cabelo cortado bem baixo e um pouco arrepiado, calças rasgadas no joelho e vestia uma jaqueta por cima da camisa do renomado colégio. Claytonpor sua vez tinha cabelo mais longo e ostentava um uniforme perfeitamente alinhado.
- Eu tô com sono, pois ainda não me acostumei com o fuso daqui e demorei para perceber. – Disse a jovem tentando disfarçar a situação.
- Sem problemas é até melhor assim, a gente odeia quando nos confundem. Disse Clayton.
- Vocês são todos da mesma sala?
- Não! Existe uma regra aqui na escola que impede que parentes estudem na mesma sala. - Respondeu André coçando nariz.
- Ué por quê?
- Olha tá aí uma boa pergunta que eu adoraria que você não fizesse para nenhuma coordenadora. – respondeu Artur rindo. - Pois ia ferrar todo nosso esquema de colas na época de provas.
-Ahhh...
A jovem estava chocada com o nível de desorganização e irresponsabilidade
- Ok.
Os jovens se entreolharam, realmente a garota estava completamente perdida.
- Eu estudo com O Daniel e o Douglas. – Disse André apontando para os dois jovens.
- E eu estudava na mesma sala que o Artur e o Fábio. Disse Clayton apontando para Artur e torcendo a boca ao falar do Fábio.
- E você tá em que sala? Sabemos que não é em nenhuma das nossas pois primeira vez que estou te vendo, e a pergunta mais importante de todas. – Falou André fazendo uma pausa dramática. - Tem namorado?
O Grupo todo riu exceto Carol.
- Depois não gosta de ser chamado de Zé punheta e escravoceta, disse Daniel dando um tapa na cabeça de André.
- Escravoceta? - Perguntou Carol sem entender.
Os quatro rapazes pararam por um instante.
- Ehhh...como eu posso explicar? - Balbuciou Daniel constrangido com a situação.
- Um beta – Falou Douglas.
- Beta?
- Que nem nas matilhas e outros grupos de animais! Tem os Alphas e os Betas. Os Alphas se acasalam e comando o grupo, os betas só seguem as ordens e esperam alguma oportunidade de conseguir se acasalar com a alpha ou com alguma outra beta enquanto o macho Alpha não está olhando, isso é um escravoceta.
- Era mais fácil ter falado só escravo de buceta e não destilar toda essa aula de biologia mano. – Disse Clayton forçando um bocejo de tédio.
- Bem, é cientificamente acurado, e eu estou pessoalmente ofendido – Disse André bufando.
. Nesse momento Carol riu.
-Olha só ela além de bonita ela tem uma risada gostosa! ME OFENDAM MAIS QUE QUERO ESCUTAR ISSO MAIS VEZES!!!! Gritou o jovem histericamente.
Carol ao ouvir isso caiu na gargalhada.
- Gostei de você.
- CHUUUUUUPAAAAAAAAAAAAAAAAAAA SEUS BABACAS! ELA NÃO FALOU ISSO PRA MAIS NIGUÉM! VITÓRIA DO “BETA“.
Carol não sabia, mas André naquele momento era o homem mais feliz do mundo. E ela estava completamente e absolutamente perdida com aquele bando de moleque maluco.
Por um instante ela sentiu saudades do colégio interno, mas ao mesmo tempo era curioso ver aquela dinâmica irresponsável, era um mundo completamente novo pra ela.
De repente um ela sentiu um calor no coração e ela murmurou baixinho com seus pensamentos.
- Eu tenho certeza de que o Fábio é um Alfa.
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