Dia… não faço a mínima, estou tão farta… será que algum dia vou sair sequer..?
Olá, o meu nome é 24054, mas também me chamam 2, estou a escrever isto para tentar manter a sanidade, eu vou explicar tudo…
Eu nunca conheci os meus pais, sempre vivi numa instituição, eles davam-nos números casa e comida, tudo parecia ser uma vida feliz, até ao momento em que deixou de ser… quem cuidava de nós era uma senhora chamada mamã, ela era alta e sempre usou uma mascara de forma a que não conseguíssemos ver a cara dela, ela sempre foi muito simpática e carinhosa connosco e a vida parecia ser perfeita mas ultimamente tem sido horrível… a nossa casa era um sitio estranho, as janelas mostravam hologramas de casas e a porta estava sempre trancada, havia também um elevador que a mamã NUNCA nos deixava nem chegar perto… já houve historias de crianças muito corajosas que subiram no elevador… mas nunca mais voltaram… a casa sempre esteve repleta de estatuas muito estranhas, sempre as tentei ignorar mas, ás vezes parecia que o olhar delas nos seguia…
O meu grupo de amigos sou eu, o 3, o log, o ash, o nomu e o mr. Todos temos 14 anos, e nesta casa aos 15 somos enviados para famílias, esse normalmente é o sonho de qualquer criança, mas… estranhamente nunca foi o meu.
Certo dia quando estávamos a jogar ás escondidas recebemos a noticia que uma criança ia ser entregue a uma família nesse mesmo dia… enquanto almoçávamos falamos entre nós e pensamos em um plano para seguir a mamã e descobrir como é o mundo lá fora, mas acabamos por discordar pois podíamos meter-nos em sarilhos, mas… mas… eu queria tanto ver… então durante a noite não dormi para fazer um plano.
No dia seguinte ás 3 da tarde do dia 5 de março de 2202 eu acho… fui até á porta e escondi-me atrás de uma das estátuas, a mamã abriu a porta e ia entregar a criança, mas quando eu ia espreitar… mandei a estatua ao chão… ela partiu-se e de lá saiu uma criança… morta…
Quando a mamã ouviu ela voltou para dentro olhou me nos olhos e ao ver aquela cor verde nos olhos dela… eu comecei a chorar, mas não adiantou, ela agarrou em mim, e correu pela porta fora, e ai eu vi… o mundo exterior, era… como uma grande prisão de metal, cheia de casas iguais á minha… ela agarrou o meu braço com força… e atirou-me a queda era muito alta, uns 60 metros, eu pensei que ia morrer. (quem é a mamã? O que são as casas? Quem era aquele miúdo? Para onde iam as crianças?) era tudo o que conseguia pensar, e foi quando uma linda mulher de cor azul olhou para mim… e com um lindo sorriso nos lábios criou uma cama de água que me levou suavemente até ao fundo daquele lugar, eu, que estava em pânico desmaiei, e a ultima coisa que ouvi foi “boa sorte j…”
O mr. Estava por perto e so conseguiu ver eu a cair ele deve ter achado que eu morri… eu acordei á pouco e estou a escrever isto num papel molhado e nojento, eu tenho que sair daqui, estou com muitas dores de cabeça, e parece que me estou a lambrar de coisas que nunca aconteceram, como um homem de olhos amarelos e uma mulher de cabelos azuis e uma cidade… não sei… se alguém estiver a ler isto, continua, acho que vais encontrar mais papeis pelo caminho, mas uma coisa é certa, EU VOU SAIR!!!
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